Me lembro como se fosse hoje, parecia cena de filme, o céu estava cinza como sempre, o sol somente podia ser visto por trás das nuvens, meu coração pulsava como o de uma criança que acabara de ganhar um presente. Senti pela primeira vez sua mão tocar a minha, a respiração ficou mais ofegante, alguns olhares foram trocados em meio a alguns sorrisos de canto de boca.
Deitado em seu colo, eu ouvia os pássaros cantar e sentia aquela brisa quente que corria depressa. Aquilo parecia tão puro e ao mesmo tempo tão errado, mas deixar o tempo dar as respostas sempre é uma boa solução. Embora, todas essas coisas passassem pela minha cabeça em poucos segundos, eu podia sentir que havia uma sintonia. Enfim eu enxergava as “cores verdadeiras” e sim, elas brilhavam.
A música baixa e o silêncio às vezes eram constrangedores, às vezes faltava assunto, mas não faltavam outras coisas. O tempo correu tão depressa que nem percebi o sol se pôr, e a tarde terminou tão perfeita como quando começou. O coração se apertou outra vez, ir embora e deixar aquela cena para trás foi estranho, porque poderia ser essa a primeira de muitas, ou a única e última.
Infelizmente, filmes não duram pra sempre. Espero que minha memória me permita lembrar da cena onde os seus lábios se encontram com os meus e as respirações ficam ofegantes.